quinta-feira, 28 de junho de 2012

Como Criar Riffs de Guitarra \m/



Encare o fato: um bom riff é meio caminho para uma boa música.
Outro fato: criar um bom riff ou até mesmo um excelente riff não é algo complexo. Na verdade, os riffs mais admirados são os mais simples.
Então, você está pronto para entender os componentes de um riff e aprender a manipulá-los como quiser?
Riffs são simples, então vamos manter esse artigo simples também. Riffs são crus. E é isso que faz você sentir o peso de cada nota através dos amplificadores. Ao final do artigo, você deverá entender um pouco mais sobre o porquê dessa fórmula.
Guitarristas bons de riffs nunca foram para faculdade de música. E o engraçado é que encontramos vários exemplos do oposto – guitarristas que estudaram música a fundo, mais que simplesmente não são grandes criadores de riffs. Para constatar isso, basta explorar as extensas obras de John Petrucci e Steve Vai, que, apesar de terem estudado na melhor universidade de música e terem se tornado dois dos melhores guitarristas que o mundo já viu, não são famosos por seus riffs.
Agora vamos para os mestres dos riffs. Os caras. Angus Young e seu irmão Malcom Young do AC/DC (sim, Angus não fez tudo sozinho); Jimmy Page, do Led Zepellin; Tom Morello, do Rage Against The Machine e Audioslave; Kirk Hammett e JamesHetfield do Metallica; Dimebag Darrell, do Pantera; Eddie Van Halen; Kurt Cobain, do Nirvana;  (Ozzy) e outros.
Esses guitarristas podem te ensinar muito mais sobre riffs que qualquer professor de guitarra.
Não existe uma receita para criar riffs de guitarra que os melhores guitarristas usam. Mas há algumas coisas que se você souber, ajudarão bastante:
11 Dicas para Criar Riffs de Guitarra
1 – Domine Power Chords
2 – Prefira a simplicidade
3 – Nunca pense que não existem mais riffs clássicos para serem criados (Angus Young sempre te provará o contrário)
4 – Sempre escute os mestres
5 – Tenha uma boa distorção (os outros pedais de efeito não são tão importantes)
6 – Tenha um bom amplificador
7 – Um riff só se torna completo quando tocado com uma banda
8 – Pegada
9 – Solte sua criatividade. Saia tocando
10 – Copie de alguém
11 – Escolha um ritmo marcante
1 – Domine Power Chords
Nem todos riffs são compostos de power chords. Mas a maioria é, podendo ser também uma combinação de power chords com dedilhados. Um power chord carrega a essência de um acorde e é a alma do rock. Você precisa ter mobilidade com power chords ao longo do braço da guitarra, conseguindo mudar rapidamente de um para o outro. Limitações técnicas geram limitações criativas. Exercite seus power chords e quando você precisar deles, eles surgirão com facilidade.
Basicamente, power chords podem ser tocados de duas formas: normalmente ou abafando as cordas. Essa segunda opção é largamente explorada por guitarristas de metal, punk rock e hardcore. Simplesmente, é uma das melhores formas de adicionar peso e deixar os power chords mais carregados. É o que muitos chamam de “pegada”.
2 – Prefira a simplicidade
Quanto mais simples, mais fácil de ficar na cabeça das pessoas. Um riff deve ser cíclico. Isto é, algo que possa ser tocado repetidamente, encaixando o início do riff após seu final e assim por diante. E, quanto mais simples for um riff, mais provavelmente ele será cíclico. Simplicidade quer dizer poucos acordes. Para verificar se seu riff é simples, cantarole-o. Você deve conseguir reproduzi-lo com sua voz.
3 – Nunca pense que não existem mais riffs clássicos para serem criados
(Angus Young sempre te provará o contrário).
É normal cair na armadilha de acreditar que “já existem centenas de músicas muito boas, logo não há mais músicas boas para serem criadas”. Além de essa crença ser falsa, o oposto é verdadeiro. Pelo que parece, quanto mais músicas são criadas, mais são alimentadas as criatividades de músicos no mundo inteiro.
4 – Sempre escute os mestres
Quanto mais músicas e guitarristas diferentes você conhecer, melhor. Isto lhe ajudará a manter sua mente sempre aberta, além de desenvolver sua “cultura musical”. Não há melhor forma de se aprender do que através de exemplos. Aprenda a tocar novos riffs. Isto fará com que você veja o braço da guitarra de diferentes formas.
5 – Tenha uma boa distorção
(os outros pedais de efeito não são tão importantes)
Aquilo que você toca depende da sonoridade que você tem em mãos. Um bom pedal de distorção (ou até mesmo a distorção de um bom amplificador) possibilita adicionar peso aos power chords e intensidade as notas dedilhadas. Até mesmo o melhor guitarrista do mundo não conseguirá um bom som se o equipamento não for de qualidade. Existem dezenas de tipos de distorção. É importante conhecê-las bem para saber qual é melhor para o som que você quer tirar.
Vale ressaltar que uma boa distorção é essencial para quem costuma tocar abafando os power chords.
6 – Tenha um bom amplificador
Todo o som da guitarra sai do amplificador. Quanto melhor for o amplificador, melhor será o som. A importância de ter um bom som, é que ele dá inspiração para criar novos riffs, enquanto que sons fracos apenas dão vontade de parar de tocar.
Só quem já tocou num bom amplificador sabe a diferença. Cada nota ganha muito mais presença e força. E quando se trata de criar riffs, isso é ótimo, pois tudo que você precisa é encontrar uma sequência de notas bem marcante. Um amp bom te ajuda a perceber que são necessárias poucas notas para causar a dose certa de impacto. Ou seja, ele te ajuda a manter a simplicidade.
Para entender a importância do amplificador, imagine-se tocando seu riff favorito numa guitarra com o amp desligado. Apesar de o riff ser bom, você só conseguirá perceber (e sentir) isso quando ligar o amp. O mesmo vale para comparar um amp fraco e um amp bom. Com um amp melhor, a sua percepção também fica melhor.
7 – Um riff só se torna completo com uma banda
Escutar um riff sendo tocado apenas pelo guitarrista é algo totalmente diferente de escutar a banda inteira tocando. Portanto, não espere que seus riffs sejam impressionantes quando estiver tocando-os sozinhos. Você só saberá o quão bons eles são quando tocá-los com o resto da banda. E é claro que a banda também influencia bastante a forma como o riff é tocado.
Um dos principais pontos a serem entendidos sobre os riffs é que eles sempre serão uma questão de ritmo. Sendo assim, esse é um daqueles momentos que o guitarrista deve se unir ao baterista. Apesar de os dois instrumentos serem totalmente diferentes, eles devem se tornar um só, um completando o outro.
Dois exemplos de guitarristas incrivelmente sintonizados com seus bateristas são o caso de James Hetfield e Lars Ulrich – os fundadores e principais compositores do Metallica – e Dimebag Darrell e seu irmão Vinnie Paul, do Pantera. Escute no vídeo abaixo a música Regular People que é uma sequência de riffs carregados de peso. Note como a guitarra está “grudada” na bateria.

8 – Pegada
Muitos falam em “pegada”. Mas geralmente não se fala muito sobre o que é pegada. As pessoas simplesmente sabem identificar quando um guitarrista tem essa qualidade. Pegada é simplesmente a forma de tocar uma música.
Imagine dois guitarristas tocando a mesma música, com exatamente as mesmas notas e a mesma marcação de tempo. Com certeza, os dois tocarão de formas diferentes. O guitarrista que tem mais pegada é aquele que sabe que não basta tocar certo. É preciso incrementar cada fraseado com pequenos detalhes, talvez quase imperceptíveis para os desatentos, mas que em conjunto transformam a música.
Pegada também pode ser entendida como uma combinação de feeling e técnica. Feeling para saber o que tocar e técnica para saber como tocar.
Um ótimo exemplo de um riff com pegada é o da música Man In The Box, do Alice In Chains. O riff consiste em apenas um power chord, que é tocado de forma assombrosamente simples.


E aqui vai nossa principal dica: para ter pegada, você precisa ter uma forte noção de ritmo. Treine com um metrônomo (marcador de tempo), toque acompanhando uma música. Faça qualquer coisa, mas nunca deixe de prestar atenção na batida e no tempo! É preciso descobrir que a guitarra também é um instrumento de ritmo e que ela pode e deve manipular o tempo da música.
9 – Solte sua criatividade
Isso mesmo. Depois de ler esse artigo, você não irá pegar a guitarra e criará logo de primeira um excelente riff. Soltar sua criatividade significa fazer várias tentativas. Aqui a matemática conta a seu favor. Existem (literalmente) milhões de combinações de notas e ritmos para se experimentar. Não tente acertar. Deixe fluir e você mesmo se impressionará com sua espontaneidade.
10 – Copie de alguém
Isso pode parecer babaquice, mas do ponto de vista teórico, faz bastante sentido. Uma mesma progressão de acordes pode ganhar uma sonoridade inteiramente diferente ao ser tocada com uma velocidade ou ritmo diferente. Por exemplo, os mesmos acordes, tocados na mesma ordem, podem servir tanto para um reggae quanto para um punk rock. Além do mais, cada música que você escuta pode ser considerada parecida com alguma outra música (só que você talvez não saiba qual). Mas isso não significa que ela deixa de ser original, muito menos de qualidade.
Existem várias formas de “copiar” alguém. O ideal é se inspirar numa combinação de acordes (ou power chords) e fazer mudanças, podendo tirar ou acrescentar notas. O resultado final pode ficar totalmente diferente da música original e, em poucos minutos, você terá uma música nova.
11 – Escolha um ritmo marcante
Experimente pegar um riff que você goste de alguma banda e tocá-lo em um ritmo diferente, tentando de propósito estragar a música. Você verá como é fácil fazer isso. Para criar um bom riff, o que você precisa fazer é justamente o contrário. Experimente tocar o riff que você está criando em diferentes ritmos até encontrar aquele se encaixe perfeitamente. Você saberá quando encontrá-lo.
O melhor exercício para desenvolver essa habilidade é bem simples. Escolha um power chord (por exemplo, o de Sol – na 3ª casa da 6ª corda) e invente o máximo de formas possíveis de tocar esse power chord. A sua mão esquerda fica parada. O que muda é apenas a frequência e força com que a sua mão direita toca as cordas.
Atenção: não se deixe confundir pelas dicas acima. A regra mais importante a ser lembrada é “Se soa bem, então é bom”.

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