Control

A vida de Ian Curtins é mostrada de maneira emocionante e intensa no primeiro longa-metragem do diretor holandês Anton Corbijin

Foto: divulgação

Há mais de três décadas atrás, morria Ian Curtins, o vocalista da Banda Joy Division formada em 1978 que revolucionou o universo do rock. Curtins desenvolvia seu estilo ao soar sua voz e a dançar muitas vezes para esquecer suas inseguranças e seus tormentos. Sua agitação nos palcos era única por dar seus ataques epiléticos. Na verdade, ele sofria de epilepsia e quando os sintomas o afetavam era atendido por um médico no meio dos shows da banda.

É impossível esquecer as músicas de Joy Division, pois cada uma delas transmite uma das fases de dificuldades enfrentadas na vida do cantor. O filme “Control” transmite para os fãs em geral esse lado triste da trajetória dessa personalidade pouco conhecida, que teve fim de forma prematura – aos 23 anos de idade – quando se matou ao auge da carreira em 1980.
“Control” é o primeiro longa do diretor holandês Anton Corbijin. A obra foi inspirada no livro “Touching From a Distance” de Débora Curtis, viúva de Ian, que também é uma das produtoras do filme. Ela relata com emoção os momentos mais importantes da vida do cantor, como os trabalhos que Ian teve antes de ser musico, seu casamento ainda muito jovem, a fase com a amante Annick, a chegada da paternidade até a carreira musical.
Por ter vivido na Inglaterra na época, o diretor conheceu Ian Curtins e seus companheiros de banda no final dos anos 1970 quando trabalhava como fotógrafo. Com isso, ele mostra um cenário diferente ao fazer um filme sensível, rodado inteiramente em preto e branco.
Como protagonista está Sam Riley que fazia parte da banda “10.000 Things” e nasceu no mesmo ano da morte do cantor. Sua semelhança física com Curtins ajudou muito para escalação do papel. Além da sua ótima interpretação, Sam Riley também canta a maioria das músicas. O ator já havia interpretado outro cantor no filme “A Festa Nunca Termina”, em 2002. A atriz Samantha Morton, de “Terra dos Sonhos” (2003), com sua interpretação dramática faz a esposa de Ian, que também sofre ao ver o marido se fechando cada vez mais para o casamento e para a vida.
Muito bem recebido pelo público e pela crítica, o filme ganhou três prêmios no Festival de Cannes, fazendo com que a obra se tornasse um drama único para o diretor. Recomendo “Control” porque não é apenas uma história sobre uma banda de rock, mais sobre um homem que ao tentar concretizar seu sonho acaba por se transformar em um ídolo. Pena, que sua triste realidade de angústia e sofrimento o encaminha para um trágico fim. Assim quis Anton Corbijin com sua direção. Transformar tudo isso em um filme romântico acompanhado de músicas boas.*
 Control    Ano: 2007   Pais: Inglaterra   Gênero: Drama
Direção: Anton Corbijin
Elenco: Sam Riley, Samanta Morton, Craig Parkinson, Joe Anderson, Nigel Harris