Com o aval do "dono da boca" d'aki,Mamute, eu, Alone, postei esse conto. Não esperem algum novo conto em breve,mas assim que possivel o farei.

SMS

Um misto de decepção e alivio percorreu o corpo de Erika quando ela deparou-se com a Praça 15 de novembro vazia, ela saiu do cursinho quase correndo para chegar ali às 16h e ele ainda não tinha chegado, hoje era o dia que haviam marcado para, finalmente, se encontrarem, mas pelo visto ele não dava tanto valor assim ao primeiro encontro. A sua resposta veio em um sms como sempre, afinal, foi assim que se conheceram e o celular de Daniel estava com o fone quebrado; a mensagem dizia:

Vou demorar um pouco, há um engarrafamento na entrada da ponte. Perdoe-me, por favor, ainda quero muito te ver.

Daniel

Estranhamente, as mensagens que ele mandava, seja numa conversa normal ou com frases na hora de dormir, eram sempre bem escritas e pareciam vir na hora em que ela precisasse, como agora que ela queria uma explicação pelo atraso. Já fazia uma semana que eles se “conheciam” e tudo começou com um engano, ele mandara uma mensagem para o seu numero pensando que este seria o novo numero de sua irmã Raquel. Daniel foi muito educado ao pedir desculpas e á noite lhe mandou uma mensagem:

“O terreno do amanhã é incerto demais para planos, por isso construa seus sonhos no hoje”. Boa Noite, menina.

Ela achou um pouco estranho, pois já eram 23:30, conversaram um pouco sobre o significado da mensagem no dia seguinte e ele lhe disse que era de Shakespeare, mas ele também lhe mandava citações de outros autores e frases de livros, alguns que ambos já haviam lido.

A última mensagem que Daniel lhe enviara fez o coração de Erika bater forte ora por curiosidade, ora por... algo mais, ela dizia:

Desejo muito te encontrar, menina.

Poderia ver-te amanhã na Praça 15 de novembro às 16h?

Sabe onde fica?

Ela não sabia, ele explicou que era uma praça que ficava na Avenida Beira Mar, próximo a um curso de inglês e desejou-lhe uma boa noite. E agora estava atrasado. Ela olhou para a avenida e para a ponte alem e viu o transito lento, ansioso seu coração batia rápido e forte... então parou.

Não havia dor, tudo era silencio.

Ele a viu de longe, assim que ela chegou naquela praça, enviou-lhe a mensagem, mentiu, ele era bom nisso. Viu-a de costas e mirou um pouco abaixo da linha de seus cabelos, seu coração. Prendeu a respiração e puxou o gatilho, Caim era bom nisso, pegou seu celular e enviou uma mensagem:

Erika Martins: Eliminada

Contrato encerrado

Não esperou resposta, verificou sua conta bancaria e atirou o celular do alto do Gran São Luis Hotel, desmontou e guardou sua arma.

“Eu odeio maus pagadores, ao que me parece, eu vou ter de lhe fazer uma visitinha” ele pensou.

Fernando (Alone) Paiva

Fev de 2012