terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Conheça o "cartucho amaldiçoado" de The Legend of Zelda: Majora’s Mask

Alexander Hall (Foto: Reprodução)
Alexander Hall
Quem já jogou The Legend of Zelda: Majora's Mask, game lançado para o Nintendo 64 em 2000, sabe que o título já é um tanto sombrio por si só. Isso inspirou o jovem Alexander Hall, um americano de 20 anos, a criar uma história de terror e publicá-la na Internet.

Tudo começou com algumas postagens no famoso fórum 4Chan. O usuário Jadusable contou como conseguiu um cartucho do game Majora's Mask e os eventos estranhos que ocorreram enquanto o jogava. Tudo "provado" através de vídeos publicados no YouTube. A história, chamada de Haunted Cartridge ("Cartucho Amaldiçoado"), enganou muita gente.

As cenas mostram o personagem Link atuando de maneira atípica, interagindo com outros personagens misteriosos ou visitando alguns lugares estranhos. À primeira vista, parecem ser defeitos, até que as coincidências e as menções a um tal de "Ben" tornam tudo muito assustador.
Ben no Cartucho Amaldiçoado do Zelda (Foto: Reprodução)
O assustador Ben, no Cartucho Amaldiçoado
O enredo foi contado em cinco postagens, publicadas durante uma semana. Todas indicavam algum vídeo no YouTube ou um arquivo de texto, que deixavam a trama ainda mais complexa. Com o tempo, descobriu-se que a história se tratava de um Alternate Reality Game (ARG, ou "Jogo de Realidade Alternativa"), nome dado a jogos que misturam elementos ficcionais com outros da nossa realidade para contar um enredo, que só avança com a participação de jogadores interessados.
A repercussão foi imensa. O ARG foi divulgado em diversos sites e revistas da imprensa especializada de games, além de se popularizar, através do boca a boca, nas redes sociais. Em poucos dias, os dois primeiros vídeos atingiram a marca de 500 mil visualizações (hoje, alguns já beiram 1,5 milhão).
Respondendo a perguntas dos jogadores, em sessões de entrevistas no fórum 4Chan ou através do Twitter, o criador Alexander Hall revelou que utilizou emuladores e modificou códigos de programação para provocar os efeitos assustadores vistos nos vídeos, além de truques de edição.
Muitos acham que a história termina por aí, mas o sucesso motivou o desenvolvimento de outros dois arcos, expandindo ainda mais a trama do Cartucho Amaldiçoado. Através de mensagens codificadas em novos vídeos e textos, os usuários descobriram o site You Shouldn't Have Done That (atualmente fora do ar), um antigo vídeo do game Vampire: The Masquerade - Bloodlines, e mais arquivos de textos.
You Shouldn't Have Done That (Foto: Reprodução)
You Shouldn't Have Done That
As ações dos jogadores interferiram na história. Em determinado momento, por exemplo, um vídeo do jogo Majora's Mask, mostrando Link tocando a música The Song of Healing, fez uma nova postagem surgir nos site YSHDT.net.
Nesse ponto, o ARG já tinha tomado uma complexidade muito grande, misturando diversas ações reais com fatos ficcionais, confundidos em várias teorias levantadas pelos próprios jogadores. Um site wiki foi montado por alguns deles, organizando e explicando, em detalhes, cada uma das etapas do jogo.
Em outubro de 2010, Alexander Hall chegou a cancelar o game por falta de recursos financeiros, mas graças a doações, ele pôde continuar seu trabalho. Ele voltou a dar um hiato no jogo em julho de 2011, devido a falta de tempo para se dedicar, mas prometeu terminá-lo algum dia. Até hoje, os fãs, que aguardam a continuação, ficam de olho no fórum Within Hubris, onde o arco atual está sendo desenvolvido.
Apesar de ainda ser algo um tanto incomum, ARGs como The Haunted Cartridge provam como as novas tecnologias podem impactar e inovar a antiquíssima arte da Literatura. O site ARGNet é um bom primeiro passo para quem quer ficar por dentro desse tipo de jogo. Se essa história deixou você interessado pelo game The Legend of Zelda: Majora’s Mask, é possível comprá-lo, via download no Wii, por mil pontos.

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