Mais um conto...
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o chegar, Rodrigo deu graças aos
céus por seus pais ainda não terem voltado de viagem. Seu pai não se
importaria, não seria a primeira vez que o filho de 19 anos chegava as nove da
manha em casa; sua mãe, no entanto, questionaria o motivo de seu único filho
estar usando aquelas roupas, não que ela se importasse se ele só usava jeans e
preto, e agora estava apenas com um calção de tactel azul e uma regata. Ela
perguntaria sobre aquelas roupas que ela não tinha comprado e que o filho, de
certo, não compraria pra si.
Rodrigo,
então teria de explicar que as roubara de um varal depois de ter acordado
seminu num casarão abandonado na Praia Grande.
É certo que
ele imaginou coisas terríveis que poderiam ter lhe acontecido, contudo não
havia ferimentos ou dor em parte alguma do seu corpo, mesmo agora depois de ter
andado da Praia Grande à Madre de Deus naquela manhã.
Enquanto a
água gelada caía sobre sua cabeça no banho, Rodrigo tentava se lembrar do que
havia acontecido na noite anterior. Recordava-se de ter bebido vodka com seus
amigos de banda, na segunda teria ensaio... Já se passava, e muito, das 23h
talvez até da meia-noite, ele tenta se lembrar da garota com quem tinha ido
“dar uma volta”, Hellen... Eliana... Eliz... Liz..., não se lembrava.
Logo após o
banho, ele ligou o PC, para ele atualizar o seu Perfil era mais importante do
que comer, também porque ele não estava com fome ou sede, calor ou frio, só o
seu Face importava agora.
Novidades:
10 novos vídeos postados, todos aparentemente mostravam o que aconteceu na
Praia Grande na noite anterior. Rodrigo abriu um deles: o vídeo mostrava
pessoas correndo e gritando por causa de um... Cachorro? Ao menos assim lhe
parecia aquele ser que só se viam vultos.
Estranhamente,
Rodrigo sabia que aquilo não era um cão ou mesmo um lobo como alguns post’s
diziam. Rodrigo afastou os olhos da tela, mas as imagens ainda vinham à sua
mente, não como aquelas de uma câmara do alto da escadaria, mas como a de um
predador atrás de suas presas que corriam ele sentiu o gosto de sangue nos
lábios e seu cérebro acostumou-se com a idéia de que ele era aquela fera.
Fernando Paiva
jan 2012
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