quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Pesos-pesados da HQ, marcam presença na maior convenção do país

RIO - Recém-chegada ao Brasil, para a abertura da exposição "As filhas do italiano Guido Crepax", uma das atrações da Rio Comicon 2011, a arquiteta e estilista Caterina Crepax, de 47 anos, vai passar os próximos quatro dias vigiando sua irmã mais famosa, a fotógrafa Valentina. Ícone de sensualidade nos gibis italianos, a heroína será o assunto principal do colóquio que Caterina fará, às 17h, sobre a influência de seu pai, Guido Crepax (1933-2003), na evolução da arte sequencial. Casada desde 2005 com o paulistano Jairo Vilhora Cardoso, Caterina, que fala português com perfeição, virou embaixadora da memória pictórica do pai, defendendo a dimensão política de sua obra e a influência do cinema sobre seu traço. Ao Rio ela trouxe 22 originais de Crepax, sendo oito de Valentina com seu derrière sempre empinado, e os outros de personagens como Bianca, Anita e Emmanuelle, do romance de Marayat Bibidh, filmado com Sylvia Kristel.

- A obra do meu pai vai muito além de seu conteúdo erótico. Se você analisar a produção dele entre os anos 1960 e 70, vai perceber que seus quadrinhos compõem um catálogo da moda, reproduzindo em detalhes as tendências do vestuário da época. Isso sem contar que os locais mais frequentados daquele momento, como cafés e boates, estão ali, ilustrando o espírito de crônica cultural que ele adotou - conta Caterina ao GLOBO.
Para a Rio Comicon, a estilista trouxe desenhos que traduzem a técnica de Crepax, além de vestidos em papel que ela desenvolveu sob a inspiração de Valentina.
- Papai criou uma estrutura de divisão da página quadrinizada em diferentes planos, tratando a imagem com conceitos próximos da linguagem cinematográfica. Cada página dele traz uma cena de rosto em primeiro plano, seguida por um quadro com uma panorâmica do cenário retratado na trama. Isso vem de sua paixão pelo cinema. Crepax era fã do Joseph Losey (diretor americano que adatou a HQ "Modesty Blaise" com a italiana Monica Vitti em 1968), mas ele gostava mesmo era de cinema francês e de Bergman. Papai se encantava com a atmosfera entre sonho e realidade dos filmes dele. Valentina vive num limbo entre o sonhar e o real similar ao universo de Bergman - diz Caterina.


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